José Cid, nome artístico de José Albano Cid de Ferreira Tavares, nascido na Chamusca, a 4 de Fevereiro de 1942, é um cantor, compositor, músico e produtor musical português.
Terceiro filho de Francisco Albano Coutinho Ferreira Tavares - neto paterno do 1.º Barão do Cruzeiro e sobrinho-neto paterno do 1.º Visconde dos Lagos e representante de ambos os títulos - e de sua mulher Fernanda Salter Cid Freire Gameiro, mudou-se com os pais e com as duas irmãs mais velhas para Mogofores, perto de Anadia, aos onze anos.
Iniciou a sua carreira musical em 1956, com a fundação de Os Babies, agrupamento musical que se dedicava à interpretação de versões, que durou até 1958.
Aos 17 anos, compôs a sua primeira canção, "Andorinha", um tema com influências jazzísticas.
Em 1960, integrou, em Coimbra, o Conjunto Orfeão, com José Niza, Proença de Carvalho e Rui Ressurreição.
Também nos 1960, esteve na banda rock and roll e surf rock , Os claves, que se dedicavam à interpretação de versões.
Em 1965, abandona Coimbra, onde frequentava a Faculdade de Direito, sem terminar o primeiro ano. Ingressa nesse ano no Instituto Nacional de Educação Física, onde tem como colega um irmão de Michel, membro do Conjunto Mistério. Após uma audição, é convidado a entrar para o grupo, que daria origem ao Quarteto 1111.
José Cid também não chegou a concluir o curso de Educação Física, porque, em 1968, foi chamado a cumprir o Serviço Militar. Até 1972, permaneceu como oficial miliciano da Força Aérea Portuguesa, no Centro de Formação Militar e Técnica, situado na Ota. Dava aulas de ginástica de manhã, saia à tarde para ensaiar na garagem e actuava com os 1111 aos fins-de-semana.
O primeiro disco a solo de José Cid, "Lisboa Camarada", de 1969, foi proibido pela censura.
Popularizou-se como teclista e vocalista no Quarteto 1111, tendo obtido grande êxito com o tema "A lenda de El-Rei D. Sebastião", em 1967, um tema inovador no panorama musical da época. O álbum homónimo dos 1111 seria editado em 1970, mas não chegou a sair, por interferência da censura.
Em Maio de 1971, é editado o seu primeiro álbum a solo, homónimo, que inclui temas como "Dom Fulano", "Lisboa Ano 3000" e "Não Convém". Lança também o EP "Lisboa Perto e Longe" (com os temas "Lisboa Perto e Longe", "Dida", "Dona Feia, Velha e Louca" e "Zé Ninguém"). A poetisa Natália Correia é um dos nomes que colabora com José Cid nesta fase. Em Agosto desse ano, toca no pioneiro e célebre festival de Vilar de Mouros, com o Quarteto 1111. Em Novembro participa, com "Ficou Para Tia", no World Popular Song Festival de Tóquio. É editado um novo EP com os temas "História Verdadeira De Natal", "Todas As Aves do Mundo", "Ficou Para Tia" e "Levaram Tudo O Que Eu Tinha".
Em Maio de 1972 lança um EP com os temas "Camarada", "Retrospectiva", "Viagem" e "Corpo Abolido". Tonicha participa na edição de estreia do Festival da OTI, realizado em Madrid, com a canção "Glória, Glória Aleluia", da autoria de José Cid. Em Novembro de 1972, regressa ao Festival de Tóquio, desta vez como autor de "Desde Que Me Ames Um Pouco" interpretado por Vittorio Santos.
Forma o grupo Green Windows, em 1972, para o Festival dos Dois Mundos. Eram o Quarteto 1111, numa "versão" mais comercial e com algumas das namoradas e das mulheres dos membros do grupo. No ano seguinte, foi lançada a música "Vinte Anos", estrondoso êxito que vendeu mais de 100.000 discos, mais que notável para a época.
Uma das suas composições mais conhecidas, "Ontem, hoje e amanhã", foi premiada no Festival Yamaha de Tóquio em 1975.
Depois de editado "Onde Quando Como Porquê, Cantamos Pessoas Vivas - Obra Ensaio de José Cid", que viria a ser o último trabalho do Quarteto 1111.
Os singles "Portugal É!..." e "A Festa do Zé" são editados em 1975. É editado nesse ano o último single dos Green Windows com José Cid, intitulado "Quadras Populares".
Fundou depois o grupo Cid, Scarpa, Carrapa & Nabo, com Guilherme Inês, José Moz Carrapa e Zé Nabo, com o qual gravou o tema Mosca super-star e o EP Vida (Sons do Quotidiano), em 1977.
Em 1978, lançou o álbum "10.000 anos depois entre Vénus e Marte" , um marco na história do rock progressivo, que viria a obter mais tarde reconhecimento a nível internacional, sendo incluído numa lista dos 100 melhores álbuns de rock progressivo do mundo, organizada pela revista americana Billboard.
Em 1979, grava o disco "José Cid canta Coisas Suas" que inclui temas muito populares até aos dias de hoje, como "Na Cabana Junto à Praia", "A Pouco a Pouco", "Olinda a Cigana" e "Verdes Trigais Em Flor". Participa, nesse mesmo ano, no Festival OTI da Canção com a canção "Na Cabana Junto à Praia", de 1979, classificando-se em 3.º lugar.
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Após várias participações, em 1980 vence o Festival RTP da Canção com a música "Um grande, grande amor", com 93 pontos. No Festival Europeu da Canção, conquistou um honroso sétimo lugar, com 80 pontos, entre dezanove concorrentes. Grava o disco em inglês "My Music" que é apresentado em Cannes, no MIDEM. Em Los Angeles grava, para a editora Family, o tema "Springtime Of My Life", com produção de Mike Gold que conheceu no Midem e que trabalhara com Frank Sinatra.
O single "Como o Macaco Gosta de Banana" é lançado em 1982. Obtém algum sucesso nos mercados Australiano e Sul-Africano. Na Austrália chega a tocar com os conhecidos Men At Work. Em 1983, lança a música "Portuguesa Bonita".
Em 1984, grava para a RTP Música Portuguesa, voltando a reunir o Quarteto 1111, e faz-se acompanhar pelos músicos da banda tribo.
Em 1985, participa no disco solidário "Abraço a Moçambique". Nesse mesmo ano é editado um disco com os temas "Noites de Luar" e "Sonhador". É editado ainda o single "Saudades de Ti".
Em 1986 lança o LP "Xi-Coração", que incluí temas como "Velho Moinho", "Chovia em Paris" e "Uma Balalaica".
Surpreende tudo e todos, em 1987, ao lançar um disco composto apenas de fados conhecidos, designado por "Fado de Sempre". O Quarteto 1111 reúne-se nesse ano e é editado o single "Memo/Os Rios Nasceram Nossos".
No Natal de 1989, volta a gravar para a RTP, um programa chamado "Natal com José Cid", onde interpreta algumas das suas músicas, já gravadas na Polygram, após a Orfeu deixar de operar. Teve alguns convidados, entre os quais Tozé Brito e o fadista, na altura amador, Manuel João Ferreira.
Em 1991, lança o duplo-álbum "De Par em Par", que inclui a regravação de alguns temas da sua carreira como "Na Cabana Junto à Praia" e "A Rosa Que Te Dei" e outros como "Em Casablanca", "Sempre Que o Amor Me Quiser", "Fã do Rui" e "D. Sebastião Morreu".
Em 1992 lança o disco "Camões, as descobertas...e nós" de José Cid e Amigos. Contou com a participação de nomes como Pedro Caldeira Cabral, António Pinto Basto, Rita Guerra, Jorge Palma, Carlos do Carmo e Paulo Bragança.
Em 1994, lança o álbum "Vendedor de Sonhos" com produção de Rui Vaz. O disco inclui temas como "Mudança", "Bola de Cristal" e "Não Tenho Lágrimas". Com esse mesmo disco, fez estalar uma polémica, ao posar nu para uma revista social, apenas com esse disco de ouro a tapar as suas partes íntimas. A intenção foi protestar contra a forma como as rádios desprezavam (e continuam a desprezar) os intérpretes portugueses, incluindo ele próprio, em proveito de intérpretes estrangeiros.
Em 1996, é editado o álbum "Pelos Direitos do Homem", dedicado à causa da independência de Timor-Leste, tendo recebido fax e carta de Ramos Horta, Prémio Nobel da Paz, a agradecer a solidariedade. Participam vários nomes da editora: Miguel Ângelo, Sara Tavares, Inês Santos e Olavo Bilac. Neste disco aparecem versões de "Sete Mares" e "Noite Passada". Lança ainda o álbum "Nunca Mais É Sexta-Feira".
Em 1997, é editado o disco "Cais Sodré", álbum jazzístico gravado ao primeiro "take". Foi reeditado em 2008 e integrado num trabalho do cartonista Pedro Zamith.
Vence o Festival da Canção de 1998 com os Alma Lusa e o tema "Se Te Pudesse Abraçar". Lança o disco "Ode A Frederico Garcia Lorca" que junta as guitarras de Coimbra à poesia de Lorca num ano de celebração do centenário do poeta espanhol. Lança ainda o tema "Entre Margens" em que se destaca o tema "S. Salvador do Mundo".
Em 2000 publicou o livro "Tantos anos de poesia".
O disco “De Surpresa” é editado no final de 2001. O angolano Waldemar Bastos participa numa nova versão de "Lisboa Perto e Longe”. Três dos temas deste álbum são cantados em inglês e foram gravados em Boston, em 1999, com produção de Robert Nargassams. Os cantores Vitorino, Paulo de Carvalho, Carlos Moisés, Nuno Barroso e José Gonçalo são outros dos nomes que colaboraram neste disco.
Em 2003 é editado o duplo CD "Antologia - Nasci P'rá Música" que reúne alguns dos maiores êxitos de José Cid gravados, entre 1977 e 1985.
Em 2004, é convidado para participar em vários anúncios de uma conhecida marca de chás gelados. "Olá malta! Tudo bem? Tá-se?" Este anúncio e o sucesso que teve ligou-o às gerações mais novas que o redescobrem.
Em 2006 actua no renovado Maxime, em duas noites completamente esgotadas. Em Julho, lança o disco "Antologia - Baladas Da Minha Vida" que inclui dois inéditos O melhor tempo da minha vida e Café Contigo e a regravação de baladas em formato acústico. Participa no disco dos Mercado Negro.
O ano de 2007, é de consagração, e presença assídua em diversos programas televisivos, concertos em eventos académicos entre outros. Lançou o álbum duplo “Pop, Rock e Vice Versa”, revisitando a vertente mais pesada da sua carreira, com inclusão de novas versões dos temas “A pouco e pouco”, “Como o Macaco gosta de Banana” e “Topo de Gama” - versão dos Clã e outros. Actuou no Campo Pequeno para 4800 espectadores, convidando André Sardet, Luís Represas e os elementos do Quarteto 1111, lançando um CD (Dupla Platina) e DVD desse concerto.
Em 2009, recebeu o prémio de consagração de carreira pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), prémio anteriormente atribuído na área da literatura, do teatro e do cinema, sendo o primeiro músico a ser distinguido. Lança o álbum "Coisas do Amor e do Mar", com a participação de André Sardet, Luís Represas e Susana Félix. Destaca-se a balada "Mais um dia", que foi escolhida para ser o tema genérico da nova telenovela "Meu Amor", da TVI, que foi distinguida com um Emmy Award.
Em 2011, lançou o disco "Quem Tem Medo de Baladas", em que apresenta 14 temas originais e 14 versões. Destacam-se as baladas "Tocas Piano Como Quem Faz Amor", que é referida pelo mesmo como autobiográfica e o tema "Um Louco Amor" .
José Cid casou-se na Igreja de Santo António, no Estoril, Cascais, a 31 de Agosto de 1963 com Emília Infante da Câmara Pedroso, nascida em Lisboa, São Sebastião da Pedreira, a 17 de Novembro de 1943, com quem teve uma filha, Ana Sofia Infante Pedroso Cid - Urgehe pelo seu casamento -, nascida em Lisboa, Santa Maria de Belém, a 23 de Setembro de 1964, e de quem se divorciou. Ana Sofia viria a colaborar com o pai em algumas letras e nos coros de várias músicas. Casou ainda com Maria Armanda Monteiro Ricardo, de quem se divorciou doze anos depois, e mais tarde casou ainda com a Nani, de quem também se divorciou. É avô materno de Francisco Infante Pedroso Cid Urgehe.
Em 1 de setembro de 2013, casou-se nas Caraíbas com Gabriela Carrascalão, jornalista e pintora timorense de 63 anos.
Assumido como monárquico e anarquista, continua a viver em Mogofores, passando longas temporadas na sua Chamusca natal. É pretendente aos títulos de Barão do Cruzeiro, um título concedido a Francisco Luís Ferreira Tavares, seu bisavô, pelo rei D. Luís I, e de Visconde dos Lagos, um título concedido a José Luís Ferreira Rodrigues, Jr., seu tio-bisavô, pelo rei D. Luís I.
Participações no Festival RTP da Canção:
A primeira participação ocorreu em 1968, com "Balada Para Dona Inês". Foi acompanhado pela orquestra e pelos restantes elementos do Quarteto 1111.
Concorreu ao Festival RTP da Canção de 1974, a solo, com "A rosa que te dei", e com os Green Windows, que apresentaram as canções "No dia em que o rei fez anos" e "Imagens".
Em 1978, voltou ao Festival RTP com quatro temas: "O meu Piano"(2.º classificado), "O Largo do Coreto" (7.º classificado), "Aqui Fica uma Canção" (5.º classificado) e "Porquê, meu Amor Porquê?" (6.º classificado).
Com a canção "Um grande, grande amor", venceu o Festival RTP da Canção de 1980.
Participa novamente, em 1981, com a canção "Morrer de Amor Por Ti", ficando em 2º lugar.
Em 1984, a Banda Tribo, constituída por elementos da sua família, editou um disco sob a sua produção, levou ao Festival "A Padeirinha de Aljubarrota".
Em 1988, José Gonçalo (que participou na Banda Tribo), seu sobrinho, levou a composição de José Cid, "Cai Neve Em Nova York", ficando em 2º lugar.
Em 1989, é convidado a cantar um medley com as músicas mais bem sucedidas que havia apresentado nos Festivais RTP até então.
Em 1993, concorreu com o fadista Paulo Bragança com "O Poeta, o Pintor e o Músico".
Em 1995, concorreu apenas como autor e compositor ao Festival RTP da Canção com "Plural", canção entre o jazz e o étnico interpretada por Teresa Brito, irmã de Tozé Brito. Ficou em 3.º lugar.
Insistiu novamente, em 1996, voltando a concorrer como compositor e autor, entregando a Cristina Castro Pereira o tema "Ganhamos o Céu", que viria a fica-se pelo quarto lugar.
Voltou à carga no ano seguinte, 1997, como compositor e autor de "Canção Urgente", um tema pop-rock clássico, cantado pela banda "Meninos da Sacristia". Ficou em 6.º lugar.
Em 1998, venceu o Festival RTP da Canção, como compositor e autor da canção "Se eu te pudesse abraçar", defendida pela banda Alma Lusa, na voz de Inês Santos e com o próprio José Cid no acordeão e nos coros.
Em 2007, foi o produtor do tema "Na Ilha dos Sonhos" de Zé P.
Em 2010, foi novamente convidado para tocar um medley das baladas que levou aos festivais RTP.
Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e Letras.mus.br
José Cid
Mais um dia
Eu,
não sei explicar o que senti,
Como na primeira vez, encontrei o teu olhar
Nessa magia me perdi.
Não, não mais senti a solidão
E guardei essa paixão
Que tinha dentro de mim,
Como na primeira vez...
Não, não vou esconder esta emoção,
E vou abrir meu coração
Guardar num cofre, o segredo que há em nós
Refrão
Eu só queria mais um dia, para viver essa paixão
Mais um dia de magia, de ternura e emoção.
E dizer-te meu amor, que me ao pegar, nós ficámos sempre assim.
Eu, não sei explicar o que senti...
Como na primeira vez, encontrei o teu olhar
Nessa magia me perdi.
Não, não vou esconder esta emoção,
E vou abrir meu coração
Guardar num cofre, o segredo que há em nós
Eu só queria mais um dia, para viver essa paixão
Mais um dia de magia, de ternura e emoção.
Eu só queria mais um dia, para viver essa paixão
Mais um dia de magia, de ternura e emoção.
Dizer-te meu amor, que me ao pegar, nós ficámos sempre assim.
Mais um dia de magia, de ternura e emoção.
Dizer-te meu amor, que me ao pegar, nós ficámos sempre assim.
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