Ella Jane Fitzgerald - nascida em Newport News, a 25 de Abril de 1917, e falecida em Beverly Hills, a 15 de Junho de 1996 - também conhecida como a "Primeira Dama da Canção" (em inglês: First Lady of Song) e "Lady Ella", foi uma popular cantora de jazz norte-americana. Com uma extensão vocal que abrangia três oitavas, era notória pela pureza da sua tonalidade, da sua dicção, do seu fraseado e entonação impecáveis, bem como pela sua habilidade de improviso "semelhante a um instrumento de sopro", particularmente no scat.
Considerada uma das intérpretes supremas do chamado Great American Songbook, teve uma carreira que durou 59 anos. Venceu 14 prêmios Grammy e recebeu a Medalha Nacional das Artes do presidente americano Ronald Reagan, bem como a Medalha Presidencial da Liberdade, do sucessor de Reagan, George H. W. Bush.
Não raro, é apontada por críticos e músicos norte-americanos, como a maior cantora do século XX. No dia 25 de Abril de 2013, o motor de buscas Google, fez uma homenagem a Ella Fitzgerald criando um Doodle (um logotipo que homenageia artistas, datas comemorativas, etc), colocando-o na página principal do site.
Biografia
Primeiros anos
Nasceu em Newport News, Virgínia, filha de William e de Temperance "Tempie" Fitzgerald. O casal separou-se pouco tempo depois do nascimento da filha, e a sua mãe levou-a para Yonkers, Nova York, com o seu (novo) namorado, Joseph Da Silva. A meia-irmã de Ella, Frances Da Silva, nasceu em 1923.
Durante a sua juventude, Ella queria ser dançarina, embora gostasse de ouvir as gravações de jazz de Louis Armstrong, Bing Crosby e dos The Boswell Sisters. Idolatrava a cantora Connee Boswell, dizendo mais tarde: "A minha mãe trouxe para casa um dos seus discos, e apaixonei-me por ele....Tentei tanto soar exatamente como ela."
Em 1932 a sua mãe morreu, vítima de um enfarte. O trauma provocou uma queda brutal no desempenho escolar de Ella, que deixou mesmo de frequentar as aulas. A dada altuura chegou a trabalhar como vigia num bordel, e numa casa de apostas do jogo de números (numbers game) controlada pela máfia. Após se envolver em problemas com a polícia, acabou sendo presa e enviada para um reformatório, de onde, eventualmente, fugiu, passando a viver na rua, até ser internada no Asilo de Órfãos de Cor em Riverdale, no Bronx, Nova York.
Fez a sua estreia como cantora aos 17 anos, em 21 de Novembro de 1934, no Teatro Apollo, no Harlem. Gradualmente, conquistou um público semanal no Apollo, e a oportunidade de competir numa das primeiras "Amateur Nights" do teatro. Originalmente, pretendia dançar, porém, intimidada pelas Edward Sisters, uma dupla local de dançarinas, optou por cantar no estilo de Connee Boswell. Interpretou "Judy", de Boswell, e "The Object of My Affection", das Boswell Sisters, e conquistou o prémio principal, de 25 dólares.
Foi eleita em 2013 pelo site estadunidense Yahoo! a maior vocalista da historia da musica mundial. .
Carreira
Cantando em big bands
Em Janeiro de 1935, Fitzgerald conquistou a oportunidade de se apresentar durante uma semana com a big band de Tiny Bradshaw, na Harlem Opera House. Foi aí que conheceu o baterista e líder de banda, Chick Webb. Webb já havia contratado o cantor Charlie Linton para trabalhar com a banda e estava, como revelou, posteriormente, o New York Times, "relutante em contratá-la... porque era desajeitada e malcuidada, um diamante bruto." Webb ofereceu-lhe a oportunidade de fazer um teste com a banda quando tocaram num baile na Universidade de Yale.
Ella começou a cantar regularmente com a Orquestra de Webb, ao longo de todo o ano de 1935, no Savoy Ballroom e também no Harlem. Gravou diversos sucessos com a banda, incluindo "Love and Kisses" e "(If You Can't Sing It) You'll Have to Swing It (Mr. Paganini)." Foi, no entanto, a sua versão de 1938 da canção infantil "A-Tisket, A-Tasket", canção que ela co-compôs, que lhe trouxe uma maior atenção do público.
Chick Webb morreu a 16 de Junho de 1939, e a sua banda passou a chamar-se "Ella Fitzgerald and her Famous Orchestra", com Ella como líder. Fez 150 gravações durante esse período com a orquestra.
Os anos na Decca
Em 1942, Fitzgerald abandonou a banda em busca de uma carreira a solo. Contratada pela gravadora Decca, obteve diversos sucessos gravando com artistas como Ink Spots, Louis Jordan e os Delta Rhythm Boys.
Com Milt Gabler, da própria Decca, administrando a sua carreira, começou a trabalhar regularmente para o empresário de jazz Norman Granz, e apareceu regularmente na sua série de concertos Jazz at the Philharmonic (JATP). A relação de Fitzgerald com Granz foi solidificada quando ele se tornou o seu empresário, embora só tenha conseguido levá-la para uma das suas muitas editoras quase uma década depois.
O declínio da era do swing e das grandes tournées das big bands trouxe uma grande mudança no jazz. O advento do bebop provocou uma alteração no estilo vocal de Ella, influenciado pelo seu trabalho com a big band de Dizzy Gillespie. Foi neste período que Fitzgeraldd começou a incluir o scat como uma das marcas registradas do seu repertório. Sobre cantar com Gillespie, Ella comentou mais tarde: "Eu apenas tentava fazer [com minha voz] o que eu ouvia os sopros da banda fazerem".
A sua gravação em scat de 1945 da canção "Flying Home" (arranjada por Vic Schoen) seria descrita posteriormente pelo New York Times, como "uma das mais influentes gravações vocais de jazz da década....Embora outros cantores, especialmente Louis Armstrong, tenham tentado improvisações semelhantes, ninguém antes de Ella Fitzgerald empregou a técnica com tão brilhante inventividade." A sua gravação bebop de "Oh, Lady be Good!", de 1947, foi igualmente popular, e aumentou a sua reputação como uma das principais vocalistas de jazz do seu tempo.
Respondendo às críticas, e sob pressão de Granz, que achava que ela havia recebido material pouco adequado para gravar durante este período, nos seus últimos anos com a editora Decca, gravou uma série de duetos com o pianista Ellis Larkins, lançados em 1950 como "Ella Sings Gershwin".
Mudança para a Verve e sucesso com o grande público
Ella ainda estava a actuar nos concertos JATP, de Granz, em 1955, quando deixou a Decca e Granz, agora seu empresário particular, criou a Verve Records em torno dela.
Fitzgerald descreveu posteriormente o período como tendo sido crucial, estrategicamente; segundo ela, "eu havia chegado a um ponto onde apenas cantava be-bop. Eu achava que o be-bop era tudo, e que o que eu precisava fazer era ir para algum lugar e cantar bop. Mas finalmente chegou um ponto em que eu não tinha mais lugar para cantar. Eu percebi que havia mais, na música, do que o bop. Norman... achou que eu deveria fazer outras coisas, e então ele produziu o Songbook de Cole Porter comigo. Foi uma guinada na minha vida."
"Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook", lançado em 1956, foi o primeiro de oito conjuntos de songbooks de diversos álbuns lançados pela Verve, em intervalos irregulares, de 1956 a 1964. Os compositores e letristas abordados em cada um dos conjuntos, no geral, representam a maior parte do cânone cultural americano conhecido como Great American Songbook. As escolhas de canções interpretadas por Fitzgerald variaram dos padrões até às raridades, e representaram uma tentativa de Ella alcançar para um público não-jazzístico.
"Ella Fitzgerald Sings the Duke Ellington Songbook" foi o único songbook no qual o compositor interpretado por Ella a acompanhou. Duke Ellington e seu colaborador de longa data, Billy Strayhorn, apareceram em exatamente metade das 38 faixas, e compuseram duas novas canções para o álbum, "The E and D Blues" e um retrato musical de Fitzgerald em quatro movimentos (a única faixa do songbook na qual ela não canta).
A série de songbooks acabou por se tornar a obra mais bem-sucedida e aclamada pela crítica, e provavelmente a sua contribuição mais significante para a cultura americana. Em 1996, o New York Times escreveu que "estes álbuns estiveram entre os primeiros álbuns do pop a dedicar tamanha atenção aos compositores especificamente, e foram cruciais no estabelecimento do álbum pop como um veículo para a exploração musical séria."
Alguns dias depois da morte de Fitzgerald, Frank Rich, colunista do mesmo New York Times, escreveu que na série de songbooks Ella teria executado uma "transação cultural tão extraordinária quanto a integração, feita por Elvis, na mesma época, dos brancos com o soul afro-americano. Aqui estava uma mulher negra popularizando canções urbanas compostas por judeus imigrantes para um público nacional de predominantemente cristãos brancos."
Ella Fitzgerald também gravou álbuns dedicados exclusivamente às canções de Porter e Gershwin posteriormente, em 1972 e 1983; estes álbuns foram, respectivamente, "Ella Loves Cole" e "Nice Work If You Can Get It". Uma coletcânea posterior dedicada a um único compositor foi lançada durante a sua temporada com a gravadora Pablo Records, "Ella Abraça Jobim", onde ela interpretou canções de Tom Jobim.
Enquanto gravava os songbooks e ocasionais álbuns de estúdio, Fitzgerald sia-e apresentando ao vivo durante 40 a 45 semanas por ano, nos Estados Unidos e internacionalmente, sob a tutela de Norman Granz, o que ajudou a solidificar a sua posição como uma das principais intérpretes ao vivo de jazz.
Em meados da década de 1950, Fitzgerald tornou-se a primeira negra a se apresentar no Mocambo, depois de Marilyn Monroe interceder a seu favor, convencendo o proprietário da casa. A sua contratação foi fundamental para a sua carreira, e o "incidente" foi transformado numa peça, por Bonnie Greer, em 2005.
Diversos álbuns ao vivo lançados pela Verve foram muito elogiados pelos críticos. "Ella at the Opera House" mostra um típico setlist da JATP; "Ella in Rome" e "Twelve Nights In Hollywood" mostram o seu cânone vocal de jazz. "Ella in Berlin" ainda é, hoje em dia, um dos seus álbuns mais vendidos, e conta com uma performance vencedora do Grammy de "Mack the Knife", na qual ela se esquece da letra, recorrendo de maneira magnífica ao improviso para "compensar".
Anos finais
Em 1963, a Verve Records foi vendida por três milhões de dólares à MGM, que não renovou o contrato de Fitzgerald. Nos cinco anos seguintes, alternou entre a Atlantic, a Capitol e a Reprise. O seu material dessa época havia se distanciado muito do repertório típico de jazz quetinha gravado para a Capitol, como "Brighten the Corner", um álbum de hinos, "Ella Fitzgerald's Christmas", um álbum de canções natalícias tradicionais; "Misty Blue", um álbum com influências country and western, e "30 by Ella", uma série de seis medleys gravados apenas para cumprir com as suas obrigações contratuais.
Durante este período Ella obteve seu último single nas paradas de sucesso dos Estados Unidos, com uma cover de "Get Ready", de Smokey Robinson, que havia sido um sucesso com The Temptations, e Rare Earth.
O sucesso surpreendente do álbum "Jazz at Santa Monica Civic '72", de 1972, fez com que Granz criasse a Pablo Records, a sua primeira gravadora desde a venda da Verve. Fitzgerald gravou cerca de 20 álbuns para o selo. "Ella in London", gravado ao vivo em 1974 com o pianista Tommy Flanagan, Joe Pass na guitarra, Keter Betts no baixo e Bobby Durham na bateria, é considerado um dos seus melhores. Os seus anos na Pablo documentaram o declínio da sua voz. De acordo com um biógrafo, "Ella, frequentemente, usava frases mais curtas e mais secas, e a sua voz estava mais áspera, com um vibrato mais espaçado". Atormentada por problemas de saúde, Ella fez a sua última gravação em 1991, e a sua última apresentação ao vivo em 1993.
Vida pessoal
Ella Fitzgerald casou-se pelo menos duas vezes, e existem evidências de que teria se casado uma terceira vez. Em 1941, casou-se com Benny Kornegay, um traficante de drogas condenado. O casamento foi anulado, passados dois anos.
O seu segundo casamento, em Dezembro de 1947, foi com o famoso contrabaixista Ray Brown, que tinha conhecido durante a tournée com a banda de Dizzy Gillespie, um ano antes. Juntos adoptaram um filho de Frances, meia-irmã de Ella, que baptizaram como Ray Brown, Jr. Com Fitzgerald e Brown quase sempre envolvidos com tournées e gravações, a criança acabou sendo criada pela sua tia Virginia. Fitzgerald e Brown divorciaram-se em 1953, devido às diversas pressões pelas quais as carreiras artísticas de ambos passavam no período - embora tenham continuado a se apresentar juntos.
Em Julho de 1957, a agência de notícias Reuters informou que Fitzgerald se teria casado em segredo com Thor Einar Larsen, um jovem norueguês, em Oslo. Ella teria até mesmo comprado e decorado um apartamento na cidade. Porém, o caso foi rapidamente esquecido quando Larsen foi condenado a cinco meses de trabalhos forçados na Suécia por ter roubado dinheiro a uma jovem com a qual teria estado envolvido anteriormente.
Fitzgerald era notoriamente tímida. O trompetista Mario Bauza, que tocou com Fitzgerald no seu início de carreira, com Chick Webb, comentou que ela não saía muito, dedicando-se unicamente à sua música e ao trabalho. Mais tarde na sua carreira, quando a Society of Singers a homenageou dando o seu nome a um de seus prémios, Ella comentou: "Não quero dizer nenhuma coisa errada, o que sempre acabo por fazer. Acho que me saio melhor quando canto."
Já afectada pelos problemas de visão, causados pela diabetes, Ella Fitzgerald teve as suas duas pernas amputadas em 1993. Morreu em 1996, em Beverly Hills, Califórnia, aos 79 anos de idade. Está enterrada no Inglewood Park Cemetery, em Inglewood, também na Califórnia.
O material de arquivo da sua longa carreira está armazenado no Centro de Arquivos do Museu Nacional de História Americana, do Smithsonian, enquanto os seus arranjos musicais pessoais estão guardados na Biblioteca do Congresso. A sua extensa coleção de receitas foi doada à Biblioteca Schlesinger, da Universidade Harvard, enquanto a sua coleção de partituras está na Biblioteca Schoenberg, na UCLA.
O material de arquivo da sua longa carreira está armazenado no Centro de Arquivos do Museu Nacional de História Americana, do Smithsonian, enquanto os seus arranjos musicais pessoais estão guardados na Biblioteca do Congresso. A sua extensa coleção de receitas foi doada à Biblioteca Schlesinger, da Universidade Harvard, enquanto a sua coleção de partituras está na Biblioteca Schoenberg, na UCLA.
Cinema e televisão
No seu papel de maior destaque no cinema, Ella interpretou a cantora Maggie Jackson, no filme de jazz de Jack Webb, "Pete Kelly's Blues", rodado em 1955. O filme também contou com a actriz Janet Leigh e a cantora Peggy Lee. Embora já tivesse trabalhado noutros filmes anteriormente (havia cantado rapidamente no filme "Ride 'Em Cowboy", dos humoristas Abbott e Costello, de 1942), teria ficado "encantada" quando Norman Granz negociou o papel por ela, e, "na época... teria considerado o seu papel no filme da Warner Brothers como a melhor coisa que já lhe tinha acontecido." Segundo o crítico que comentou o filme para o New York Times, em Agosto de 1955, "cerca de cinco minutos (de noventa e cinco) deste filme sugerem o que ele poderia ter sido. Pegue o ingénuo prólogo... ou as cenas rápidas nas quais a maravilhosa Ella Fitzgerald, a quem foram concedidas algumas poucas falas, enche a tela e a trilha sonora com as suas fortes características expressivas e com a sua voz".
Assim como aconteceu com outra cantora de jazz, Lena Horne, o facto de ser negra impediu que Fitzgerald estrelasse algum grande sucesso de bilheteira. Depois de "Pete Kelly's Blues" fez, ainda, aparições esporádicas em filmes como "St. Louis Blues" (1958) e "Let No Man Write My Epitaph" (1960). Bem mais tarde, apareceu no drama televisivo "The White Shadow", durante a década de 1980.
Também teve diversas aparições como convidada em programas de televisão, cantando no Frank Sinatra Show, juntamente com Nat King Cole, Dean Martin, Mel Tormé e muitos outros. Talvez a sua performance mais atípica e intrigante tenha sido a da canção 'Three Little Maids', da opereta cômica "The Mikado", de Gilbert e Sullivan, ao lado da cantora lírica Joan Sutherland e de Dinah Shore, no programa semanal de Shore, em 1963. Também apareceu uma vez, ao lado de Sarah Vaughan e Pearl Bailey, num especial para a televisão de 1979 em homenagem a Bailey.
Ella Fitzgerald apareceu em diversos anúncios publicitários na televisão. O mais célebre foi para a empresa Memorex, no qual cantava uma nota que quebrava um vidro enquanto era registado num gravador Memorex; a fita então era executada e a gravação também quebrava o vidro, com a pergunta: "é ao vivo, ou é Memorex?" ("Is it live, or is it Memorex?"). Também apareceu em diversos comerciais para a rede de fast-food Kentucky Fried Chicken, cantando e fazendo scat em cima do slogan da cadeia, "We do chicken right!"
A sua última campanha publicitária foi para a American Express, na qual foi fotografada por Annie Leibovitz.
Colaborações
As colaborações mais famosas de Ella Fitzgerald foram com o trompetista Louis Armstrong, o guitarrista Joe Pass e os bandleaders Count Basie e Duke Ellington.
Fitzgerald gravou três álbuns de estúdio pela Verve com Armstrong, dois de standards do gênero ("Ella and Louis", de 1956, e "Ella and Louis Again", de 1957), e um terceiro com peças do musical "Porgy and Bess", de Gershwin. Fitzgerald também gravou diversas faixas com Armstrong para a Decca no início da década de 1950.
Fitzgerald por vezes é descrita como a cantora de swing quintessencial, sendo as suas gravações com Count Basie muito elogiadas pelos críticos. Ella aparece numa faixa do álbum de Basie "One O'Clock Jump", de 1957, enquanto o seu álbum "Ella and Basie!", de 1963, é lembrado como uma das suas maiores gravações. Com a banda 'New Testament', de Basie, em pleno vigor, e os arranjos compostos por um jovem Quincy Jones, este álbum acabou sendo um descanso para Ella de todas as gravações de songbooks e tournées constantes em que esteve envolvida nesse período. Fitzgerald e Basie também tiveram outra colaboração no álbum "Jazz at Santa Monica Civic '72", de 1972, e nos álbuns "Digital III at Montreux", "A Classy Pair" e "A Perfect Match", de 1979.
Ella Fitzgerald e Joe Pass gravaram quatro álbuns juntos no fim da carreira de Ella. Gravou diversos álbuns com acompanhamento de piano, porém a guitarra acabou por se firmar como o perfeito invólucro melódico para ela. Fitzgerald e Pass apareceram juntos nos álbuns T"ake Love Easy" (1973), "Easy Living" (1986), "Speak Love" (1983) e "Fitzgerald and Pass... Again" (1976).
Fitzgerald e Duke Ellington gravaram dois álbuns ao vivo e dois álbuns de estúdio. O seu Songbook de Duke Ellington colocou Ellington firmemente no cânone do Great American Songbook, e a década de 1960 viu Ella e o 'Duke' encontrarem-se na Côte d'Azur para o álbum "Ella and Duke at the Cote D'Azur", de 1966, e na Suécia, para "The Stockholm Concert", 1966. O seu álbum de 1965, "Ella at Duke's Place", também foi muito elogiado.
Ella teve diversos músicos e solistas de jazz famosos a acompanhá-a ao longo da sua carreira. Os trompetistas Roy Eldridge e Dizzy Gillespie, o guitarrista Herb Ellis, e os pianistas Tommy Flanagan, Oscar Peterson, Lou Levy, Paul Smith, Jimmy Rowles e Ellis Larkins trabalharam com ela, quase sempre em pequenos grupos e em apresentações ao vivo.
Talvez a maior parceria de Ella Fitzgerald a não ter sido realizada (em termos de música popular) foi um álbum, ao vivo ou de estúdio, com Frank Sinatra. Ambos apareceram no mesmo palco apenas periodicamente ao longo dos anos, em especiais de televisão, em 1958 e 1959, e novamente em 1967, no programa "A Man and His Music + Ella + Jobim", uma apresentação que também contou com Tom Jobim. Segundo o pianista Paul Smith, "Ella adorava trabalhar com [Frank]. Sinatra cedeu-lhe o seu próprio camarim em "A Man and His Music", e não se cansava de fazer coisas por ela." Quando perguntado sobre o assunto, Norman Granz citava "motivos contratuais complexos" para justificar o facto dos dois artistas nunca terem gravado juntos. A aparição de Fitzgerald com Sinatra e Count, em Junho de 1974, para uma série de concertos no Caesar's Palace, em Las Vegas, foi vista como um importante ímpeto para o retorno de Sinatra de seu exílio voluntário, no início da década de 1970. Os shows foram um grande sucesso, e, em Setembro daquele ano, renderam um milhão de dólares durante duas semanas na Broadway, num 'triunvirato' com a Count Basie Orchestra.
Prémios, citações e homenagens
Ella Fitzgerald ganhou 14 prêmios Grammy, incluindo um de Lifetime Achievement, em 1967. Entre outros prémios e homenagens que recebeu durante a sua carreira estão o Kennedy Center for the Performing Arts Medal of Honor Award, National Medal of Art, o primeiro Society of Singers Lifetime Achievement Award (batizado de "Ella" em sua homenagem), a Medalha Presidencial da Liberdade, e o George and Ira Gershwin Award pela sua carreira, da UCLA Spring Sing.
Ella Fitzgerald apoiou, de maneira discreta porém intensa, diversas organizações de caridade e sem fins lucrativos, incluindo a American Heart Association e o United Negro College Fund. Em 1993, fundou a "Ella Fitzgerald Charitable Foundation", que continua a custear programas que perpetuam os seus ideais.
Filmografia
Ano | Filme | Papel | Obs. |
---|---|---|---|
1942 | Ride 'Em Cowboy | Ruby | |
1955 | Pete Kelly's Blues | Maggie Jackson | |
1958 | St. Louis Blues | Singer | |
1960 | Let No Man Write My Epitaph | Flora |
Singles de sucesso
Ano | Single | Posições nas paradas | |||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
EUA | EUA AC | Reino Unido | US R&B | Alemanha | EUA Country | ||
1936 | "All My Life"(com Teddy Wilson) | 13 | |||||
"Sing Me Swing Song (and Let Me Dance)"(com Chick Webb) | 18 | ||||||
"My Melancholy Baby"(com Teddy Wilson) | 6 | ||||||
"(If You Can't Sing It) You'll Have To Swing It"(com Chick Webb) | 20 | ||||||
1937 | "Goodnight My Love"(com Benny Goodman) | 1 | |||||
"Dedicated To You"(com os Mills Brothers) | 19 | ||||||
"Big Boy Blue"(com os Mills Brothers) | 20 | ||||||
"If You Ever Should Leave" | 12 | ||||||
"All Over Nothing At All" | 20 | ||||||
1938 | "Rock It For Me"(com Chick Webb) | 19 | |||||
"I Got a Guy"(com Chick Webb) | 18 | ||||||
"A-Tisket, A-Tasket"(com Chick Webb) | 1 | ||||||
"I Found My Yellow Basket"(com Chick Webb) | 3 | ||||||
"Wacky Dust"(com Chick Webb) | 13 | ||||||
"MacPherson Is Rehearsin' To Swing"(com Chick Webb) | 14 | ||||||
"F.D.R. Jones"(com Chick Webb) | 8 | ||||||
1939 | "Undecided"(com Chick Webb) | 8 | |||||
"T'aint What You Do (It's the Way That Cha Do It)"(com Chick Webb) | 19 | ||||||
"Chew, Chew, Chew (Your Bubble Gum)"(com Chick Webb) | 14 | ||||||
"I Want the Waiter (With the Water)" | 9 | ||||||
"My Wubba Dolly" | 16 | ||||||
1940 | "The Starlit Hour" | 17 | |||||
"Sing Song Swing" | 23 | ||||||
"Imagination" | 15 | ||||||
"Sugar Blues" | 27 | ||||||
"Shake Down the Stars" | 18 | ||||||
"Five O'Clock Whistle" | 9 | ||||||
1941 | "Louisville K.Y." | 23 | |||||
"Hello Ma! I Done It Again" | 26 | ||||||
"The Muffin Man" | 23 | ||||||
1943 | "My Heart and I Decided"(com os Keys) | 6 | |||||
1944 | "Cow-Cow Boogie"(com os Ink Spots) | 10 | 1 | ||||
"When My Sugar Walks Down the Street" | 27 | 2 | |||||
"Once Too Often" | 24 | ||||||
"I'm Making Believe"(com os Ink Spots) | 1 | 2 | |||||
"Into Each Life Some Rain Must Fall"(com os Ink Spots) | 1 | 1 | |||||
1945 | "And Her Tears Flowed Like Wine" | 10 | |||||
"I'm Beginning To See the Light"(com os Ink Spots) | 5 | ||||||
"It's Only a Paper Moon" | 9 | 4 | |||||
1946 | "The Frim Fram Sauce"(with Louis Armstrong) | 4 | |||||
"You Won't Be Satisfied (Until You Break My Heart)"(com Louis Armstrong) | 10 | ||||||
"Stone Cold Dead In the Market (He Had It Coming)"(com Louis Jordan) | 7 | 1 | |||||
"Petootie Pie"(com Louis Jordan) | 3 | ||||||
"(I Love You) For Sentimental Reasons" | 8 | ||||||
1947 | "That's My Desire" | 3 | |||||
"Guilty" | 11 | ||||||
1948 | "My Happiness" | 6 | 8 | ||||
"Tea Leaves" | 24 | ||||||
"It's Too Soon To Know" | 6 | ||||||
1949 | "Baby, It's Cold Outside"(com Louis Jordan) | 9 | 6 | ||||
1950 | "Can Anyone Explain (No, No, No)"(with Louis Armstrong) | 30 | |||||
"I'll Never Be Free"(com Louis Jordon) | 7 | ||||||
1951 | "Smooth Sailing" | 23 | 3 | ||||
1952 | "Trying" | 21 | |||||
"Walkin' By the River" | 29 | ||||||
1953 | "Crying In the Chapel" | 15 | |||||
1954 | "Melancholy Me" | 25 | |||||
"I Need" | 30 | ||||||
1956 | "A Beautiful Friendship" | 74 | |||||
1958 | "The Swinging Shepherd Blues" | 15 | |||||
1959 | "But Not For Me" | 25 | |||||
1960 | "Mack the Knife" | 27 | 19 | 6 | |||
"How High the Moon (Part 1)" | 76 | 46 | |||||
1961 | "Mr. Paganini (You'll Have To Swing It)" | 103 | 20 | ||||
1962 | "Desafinado (Slightly Out of Tune)" | 102 | 38 | ||||
"Stardust Bossa Nova" | 129 | ||||||
1963 | "Bill Bailey, Won't You Please Come Home" | 75 | |||||
1964 | "Hello, Dolly!" | 125 | |||||
"Can't Buy Me Love" | 34 | 24 | |||||
1965 | "Ringo Beat" | 127 | |||||
1968 | "I Taught Him Everything He Knows" | 22 | |||||
1969 | "Get Ready" | 126 |
Álbuns
Decca
Ella Fitzgerald começou a gravar álbuns pela gravadora Decca, após anos gravando apenas singles.
1950
- Pure Ella (originalmente Ella Sings Gershwin)
- Souvenir Album
1954
1955
- For Sentimental Reasons
- Miss Ella Fitzgerald & Mr Gordon Jenkins Invite You to Listen and Relax
- Sweet and Hot
- The First Lady of Song
Verve
Fitzgerald também gravou singles durante seus anos na Verve. Estes singles foram reunidos no álbum lançado em 2003,Jukebox Ella: The Complete Verve Singles, Vol. 1.
1956
- Ella Fitzgerald Sings the Cole Porter Songbook
- Ella and Louis (com Louis Armstrong)
- Ella Fitzgerald Sings the Rodgers & Hart Songbook
1957
- Ella and Louis Again (com Louis Armstrong)
- Ella Fitzgerald Sings the Duke Ellington Songbook (com Duke Ellington) – Prêmio Grammy de melhor performance de jazz, solista
- Ella at the Opera House (ao vivo)
- Like Someone in Love
- Porgy and Bess (com Louis Armstrong)
1958
- Ella Fitzgerald and Billie Holiday at Newport (ao vivo) (relançado com faixas de Carmen McRae em 2001)
- Ella Swings Lightly – Prêmio Grammy de melhor performance de jazz, solista
- Ella Fitzgerald Sings the Irving Berlin Songbook – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina pop
- Ella in Rome: The Birthday Concert (ao vivo) (lançado em 1988)
- Ella Fitzgerald live at Mister Kelly's (ao vivo) (lançado em 2007)
1959
- Get Happy!
- Ella Fitzgerald Sings Sweet Songs for Swingers
- Ella Fitzgerald Sings the George and Ira Gershwin Songbook – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina pop
1960
- Ella in Berlin: Mack the Knife (ao vivo) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal pop
- Ella Wishes You a Swinging Christmas
- Hello, Love
- Ella Fitzgerald Sings Songs from Let No Man Write My Epitaph (disponível em CD como The Intimate Ella)
1961
- Ella Fitzgerald Sings the Harold Arlen Songbook
- Ella in Hollywood (ao vivo)
- Clap Hands, Here Comes Charlie!
- Ella Returns to Berlin (ao vivo) (lançado em 1991)
- Twelve Nights In Hollywood (ao vivo) (lançado em 2009)
1962
- Rhythm Is My Business
- Ella Swings Brightly with Nelson – Prêmio Grammy de melhor performance vocal pop
- Ella Swings Gently with Nelson
1963
- Ella Sings Broadway
- Ella Fitzgerald Sings the Jerome Kern Songbook
- Ella and Basie! (com Count Basie)
- These Are the Blues
1964
1965
- Ella at Duke's Place (com Duke Ellington)
- Ella in Hamburg (ao vivo)
1966
- Whisper Not
- Ella and Duke at the Cote D'Azur (ao vivo) (com Duke Ellington)
1969
- Sunshine of your Love (ao vivo)
Capitol
1967
1968
Reprise
1969
1970
Atlantic
1972
- Ella Loves Cole (lançado pela gravadora Pablo como Dream Dancing)
Columbia
1973
Pablo
1966
- The Stockholm Concert, 1966 (ao vivo) (com Duke Ellington)
1970
- Ella in Budapest, Hungary (ao vivo)
1971
- Ella à Nice (ao vivo)
1972
- Jazz at Santa Monica Civic '72 (ao vivo)
1973
- Take Love Easy (com Joe Pass)
1974
- Fine and Mellow (lançado em 1979) – Prêmio Grammy de melhor vocal de jazz
- Ella in London (ao vivo)
1975
- Ella and Oscar (com Oscar Peterson)
- Montreux '75 (ao vivo)
1976
- Fitzgerald and Pass... Again (com Joe Pass) – Prêmio Grammy de melhor vocal de jazz
1977
- Montreux '77 (ao vivo)
1978
- Lady Time
- Dream Dancing (lançado pela primeira vez pela Atlantic como Ella Loves Cole)
1979
- Digital III at Montreux (ao vivo) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz
- A Classy Pair (com Count Basie)
- A Perfect Match (ao vivo) (com Count Basie) – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz
1981
1982
- The Best Is Yet to Come – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz
1983
- Speak Love (com Joe Pass)
- Nice Work If You Can Get It (com André Previn)
1986
- Easy Living (com Joe Pass)
1989
- All That Jazz – Prêmio Grammy de melhor performance vocal feminina de jazz
2001
- Sophisticated Lady (ao vivo) (com Joe Pass) (gravado em 1975, 1983)
Aparições como convidada especial
1955
1957
- One O'Clock Jump (com Count Basie e Joe Williams)
1983
- Return to Happiness (com JATP)
1989
Coletâneas
- 1994 The Complete Ella Fitzgerald Songbooks
- 1995 Ella: The Legendary Decca Recordings
- 1997 The Complete Ella Fitzgerald & Louis Armstrong on Verve
Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e letras.mus.br
Ella Fitzgerald
Summertime
Summertime, an' the livin' is easy
Fish are jumpin' an' the cotton is high
Oh, Yo daddy's rich an' yo' ma is good lookin'
So hush, little baby, don't you cry
One of these mornin's, you goin' to rise up singin'
Then you'll spread yo' wings an' you'll take the sky
But till that mornin', there's a nothin' can harm you
With daddy & mammy standin' by
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