Isabel Silvestre - natural de Manhouce, perto da serra da Freita, São Pedro do Sul -,é uma cantora portuguesa. Terá cerca de 70 anos.
Professora do Ensino Primário, fundou, em 1978, o Grupo de Cantares e Trajes de Manhouce que gravou vários discos.
Cantou com Rão Kyao, com quem se deslocou à Alemanha, Estados Unidos e Canadá. Contudo, foi em 1992, através da sua participação na música dos GNR, "Pronúncia do Norte", que se deu a conhecer ao grande público.
Ao lado de nomes como Sérgio Godinho, Mão Morta, Madredeus, Delfins participou no disco de homenagem a António Variações.
O seu primeiro álbum a solo foi produzido por João Gil e composto por várias canções populares, cujas raízes remontam aos locais onde cresceu. As suas músicas são pautadas da mesma simplicidade, naturalidade e força expressiva, sugerida pela cantora. O guitarrista Mário Delgado, que co-produziu este disco, teve na realização do disco uma influência notável.
O trabalho de Isabel Silvestre parte da ideia de registar o canto de Manhouce e das terras da sua infância. Na faixa "Senhora da Saúde", do álbum "Eu", contou com a participação de Rão Kyao dando voz a uma nova aposta no retrato para as gerações futuras da herança tradicional da região viseense.
Com Pedro Barroso e Vitorino, colaborou na campanha da Fenprof para colocar novamente a funcionar o sistema educativo timorense. No disco "Uma Escola Para Timor", de 2000, são interpretadas canções do professor e músico Rui Moura.
Participou ainda no CD "Bom Jesus - Alegria dos Homens", produzido na Ilha da Madeira, com música popular religiosa.
A 10 de Junho de 2005 foi agraciada com a Ordem do Infante. Em 2006 lançou o álbum "Cantar Além".
Com a Banda Futrica, participou numa versão de "Menino do Bairro Negro", incluída no disco "Com Zeca No Coração", de 2007.
1996 - A portuguesa Isabel
2000 - Eu Isabel
2006 - Cantar Além (Açores)
Colaborações
GNR (1992) - Pronuncia do Norte
José Barros & Navegante (1999) - Silvaninha
Uma Escola Para Timor (2000) -
Bom Jesus - Alegria dos Homens
Banda Futrica (2007) - Menino do Bairro Negro
Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e letras.mus.br
Isabel Silvestre
A Gente Não Lê
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezítia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E nã quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem
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