sexta-feira, 14 de março de 2014

Carlos do Carmo - Um homem na cidade





Carlos do Carmo, nome artístico de Carlos Manuel de Ascenção do Carmo de Almeida, é um popular cantor e intérprete de fado português, nascido em Lisboa, a 21 de Dezembro de 1939.

Filho de Alfredo de Almeida, livreiro e proprietário da casa de fados "O Faia", falecido em 1962, e de sua mulher Lucília do Carmo, conhecida fadista, Carlos cresceu em Lisboa, onde frequentou a Escola Alemã e o Liceu Passos Manuel. Na Suíça, fez estudos de Hotelaria e aprendeu línguas estrangeiras. Iniciou a sua carreira artística em 1964, embora tenha gravado o primeiro disco com nove anos.

Ainda em 1964 casou-se com Maria Judite de Sousa Leal, sua mulher e mãe dos seus três filhos, Cila do Carmo, Alfredo do Carmo de Almeida e Gil do Carmo.

Representou Portugal no XXI Festival Eurovisão da Canção em 1976, com o tema "Uma Flor de Verde Pinho", com letra/poema de Manuel Alegre. No Festival RTP da Canção desse ano, foi o único intérprete. Nas últimas canções apresentadas estavam temas como "Estrela da Tarde" de José Carlos Ary dos Santos e música de Fernando Tordo . 

De entre muitas outras, as suas canções mais conhecidas são "Os Putos", "Um Homem na Cidade", "Canoas do Tejo", "O Cacilheiro", "Lisboa Menina e Moça", "Duas Lágrimas de Orvalho" e "Bairro Alto".

Realizou numerosas digressões, tendo actuado no Olympia de Paris, na Ópera de Frankfurt, na Ópera de Wiesbaden, no Canecão do Rio de Janeiro ou no Hotel Savoy de Helsínquia. Em Portugal tem sido apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, no Mosteiro dos Jerónimos, no Casino Estoril e Centro Cultural de Belém.

A 4 de Setembro de 1997 foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Deve grande parte dos seus êxitos ao duo José Carlos Ary dos Santos / Fernando Tordo entre eles "Lisboa Menina e Moça" e "Estrela da Tarde".

Em 2003 ganhou o Prémio José Afonso, então atribuído pela Câmara Municipal da Amadora, na sequência do qual foi publicado o livro Carlos do Carmo, do Fado e do Mundo, uma entrevista biográfica realizada por Viriato Teles. 

Entre numerosos galardões, foi-lhe ainda atribuído o Globo de Ouro de Mérito e da Excelência, o Prémio Consagração de Carreira, da Sociedade Portuguesa de Autores, a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique e o Prémio Goya para Melhor Canção Original, com o Fado da Saudade, em 2008. A canção faz parte da banda sonora do filme Fados, que concorria à edição de 2008 daqueles que são considerados os óscares espanhóis. No entanto foram levantadas dúvidas sobre a verdadeira autoria deste fado (Público). 

É ainda cidadão honorário do Rio de Janeiro, membro de honra do Claustro Ibero-Americano das Artes, e recebeu um diploma do Senado de Rhode Island (Estados Unidos) pelo seu contributo para a divulgação da música portuguesa.

Figura também como pioneiro na nova discografia portuguesa devido ao seu disco "Um Homem no País", que foi o primeiro CD editado por um artista em Portugal
.
José Maria Nóbrega acompanha-o em guitarra há 36 anos.


Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e Letras.mus.br



Podem ver/ouvir o tema escolhido para este post, clicando no endereço abaixo:

Um Homem na Cidade



Carlos do Carmo

Um Homem na Cidade



Agarro a madrugada
como se fosse uma criança,
uma roseira entrelaçada,
uma videira de esperança.
Tal qual o corpo da cidade
que manhã cedo ensaia a dança
de quem, por força da vontade,
de trabalhar nunca se cansa.
Vou pela rua desta lua
que no meu Tejo acendo cedo,
vou por Lisboa, maré nua
que desagua no Rossio.
Eu sou o homem da cidade
que manhã cedo acorda e canta,
e, por amar a liberdade,
com a cidade se levanta.
Vou pela estrada deslumbrada
da lua cheia de Lisboa
até que a lua apaixonada
cresce na vela da canoa.
Sou a gaivota que derrota
tudo o mau tempo no mar alto.
Eu sou o homem que transporta
a maré povo em sobressalto.
E quando agarro a madrugada,
colho a manhã como uma flor
à beira mágoa desfolhada,
um malmequer azul na cor,
o malmequer da liberdade
que bem me quer como ninguém,
o malmequer desta cidade
que me quer bem, que me quer bem.
Nas minhas mãos a madrugada
abriu a flor de Abril também,
a flor sem medo perfumada
com o aroma que o mar tem,
flor de Lisboa bem amada
que mal me quis, que me quer bem.




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