Música popular? Rock? Os Eléctricos recuperaram alguns clássicos dos anos 40 e 50, dando-lhes o seu «swing» pessoal. No álbum de estreia encontra-se uma das versões mais interessantes de «Óculos de Sol» de Natércia Barreto.
Eram três e então chamavam-se «Eléctrico 28». Agora que são cinco elementos passaram a ser «Os Eléctricos». Um nome que, apesar de ter origem nos amarelinhos da Carris, é actualmente uma declaração de intenções: eles não conseguem estar quietos e pretendem eletrizar quem os ouve.
Neste disco convivem temas originais, escritos por Miguel Castro, e covers de clássicos de Mirita Casimiro, Elvis Presley, Beatriz Costa, Mirita Casimiro ("Papoila")entre outros.
Este trabalho teve duas colaborações especiais: Rui Reininho e o coro infantil de Santo Amaro de Oeiras.
«O Rui tem uma musicalidade muito grande, entendeu logo a onda da banda», conta Miguel Castro. Isto contribuiu para que a colaboração com este baluarte do norte tenha sido muito fácil: em quatro takes de voz a coisa estava feita.
Quando lhes perguntámos sobre a experiência com o coro infantil, Maria João abre o sorriso para elogiar o profissionalismo dos jovens intérpretes. «Foi uma delícia», confessa a vocalista da banda.
Enquanto Maria João dispensa a companhia de um mp3, porque gosta de observar as pessoas nas ruas e nos transportes, Miguel Castro conta-nos que ouve de quase tudo, desde a orquestra de Ben Miller a Metallica.
Os Eléctricos nasceram em Lisboa, em Fevereiro de 2010. O quinteto é composto por Nuno Faria (contrabaixo), Maria João Silva (voz), Miguel Castro (guitarra), Luis Gaspar (bateria) e André Lentilhas (banjo e guitarra dobro) e vai tocar este sábado, dia 9 de julho, no Coreto do festival Optimus Alive.
(Texto de Inês P. Alves)
Os Eléctricos
Papoila
Sem saudades na lembrança
eu disse adeus
à terrinha e mais ao lar
Levo na alma a luz da esperança
e fé em deus
parto a rir e a cantar
Despedi-me das ovelhas
do meu cão, das casas velhas
do lugar onde nasci
Que me importo de ir à toa
pois o meu sonho é ver lisboa
mais o mar que eu nunca vi
[refrão]
Adeus, ó terra
adeus linda serra
de neve a brilhar
adeus, aldeia
que eu levo na ideia
nunca mais voltar
Diz que a sorte das pessoas, sempre ouvi
vem do nome que elas têm
coisas más ou coisas boas, vem dai
e comigo calha bem
Eu no monte era moçoila
Tinha o nome de Papoila
que no campo anda a lidar
Mas a Graça bem dizia
como sou também maria
tinha que ir p´ró pé do mar
[refrão]
Adeus, ó terra
adeus linda serra
de neve a brilhar
adeus, aldeia
que eu levo na ideia
nunca mais voltar
Adeus, aldeia
que eu levo na ideia
nunca mais voltar
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