sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Capicua - Vayorken






Capicua, nome artístico de Ana Matos Fernandes (natural do Porto), é uma rapper portuguesa. Vincou o seu nome no panorama musical português, e como MC, com temas como "Vayorken" e "Maria Capaz".


Biografia

Ana Matos Fernandes, nasceu no Porto,  licenciou-se em Sociologia no ISCTE e concluiu o seu doutoramento em Geografia Humana em Barcelona. 

No entanto, o que sempre quis fazer foi música. Em 2012, a sua música alcançou um público mais alargado, sendo falada em todos os meios de comunicação portugueses, conseguindo assim profissionalizar-se nessa área. 

Realizou, também, desde aí, diversas participações musicais com outros artistas, incluindo Sérgio Godinho, Sam the Kid e DJ Ride.

O seu trabalho é grandemente influenciado pelos poetas portugueses, em especial a poesia de Sophia de Mello Breyner.

Em 2014, a sua música inspira o nome da plataforma feminista criada por Rita Ferro Rodrigues e Iva Domingues, Maria Capaz.


Discografia

2015 - Medusa
2014 - Sereia Louca (LP)
2013 - Capicua goes West (Mixtape Vol.2)
2012 - Capicua (LP)
2008 - Capicua goes Preemo (Mixtape Vol.1)
2007 - Mau Feitio
2006- Syzygy (EP)



Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, do Youtube e de amusicaportuguesa.blogs.sapo.pt  






Capicua

Vayorken




Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)

Era para ser Artur e nasci Ana
(Ana quê?) Ana só.
(Ana só?) Sim, sou a Ana.
Era percentil noventa nos anos oitenta
E entre colheradas chorava sempre faminta
Sempre vestida como um mini comunista
Com roupas que a mãe fazia com modelos da revista
Eu queria ser pirosa, vestir-me de cor-de-rosa
Vestir Jane Fonda na ginástica da moda
Com sabrina prateada, licra collant
Cria de pequeno pónei bem escovadas, espampanante
Tinha a mania de pôr as cores a condizer
No meu entender, rosa com vermelho não podia ser
Uma noctívaga que não dormia a sesta
E, de manhã, sempre quis menos conversa
Uma covinha só de um lado da bochecha
Adormecia com o pai e a mesma canção do Zeca
"Dorme, meu menino, a estrela-d'alva"

Era sempre mais Mafalda do que Susaninha
Ai de quem dissesse mal do Sérgio Godinho!
Ainda tenho alguns postais para a gentil menina
Enviados pelos pais de um qualquer destino
E se alguém me perguntar pelo pai, pela mãe
Eu sei, sei, foram para Vayorken, Vayorken
Foram para Vayorken, Vayorken, Vayorken

Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)

Com dois anos, o primeiro palavrão
Cheia de medo, em cima do escorregão
Mau feitio bravo, vício de gelado
Todo sábado sagrado, mesmo durante o inverno
Acabava com a arca do café ao pé do prédio
Ainda comi os gelados que eram do meu primo Pedro
Ana da bronca, sempre do contra!
E coragem de fechar duas miúdas na arrecadação
Às escuras, pobres criaturas!
Por me serem impingidas como amigas à pressão
(Ó Ana, onde é que está a Rita e a Joana?)
(Sei lá! Não sei.)


No infantário dei o meu primeiro beijo
Ainda me lembro como se fosse hoje
Contei à minha avó que tanto se riu
Que até debaixo da mesa com vergonha me escondi eu
O tal espigueiro e o gato amarelo
No meu poema, no novo caderno
Muito elogio pela redacção
E muita paciência para o poder de argumentação

Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x2)

O "brick-dance" vem de Vayorken
O graffiti vem de Vayorken
O hip-hop vem de Vayorken
Vayorken, Vayorken, Vayorken, Vayorken
O "brick-dance" vem de Vayorken
A Jane Fonda vem de Vayorken
O windsurf não,
O windsurf não vem de Vayorken

Quando for grande, vou ser prof. de windsurf
E quando danço, rodo e faço "brinc-dance"
Que como a Jane Fonda, é de Vayorken
E Vayorken, a gente diverte-se imenso! (x4)






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