segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Fausto - O Barco Vai de Saída





Fausto, nome artístico de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias - nascido a bordo do navio Pátria em pleno Oceano Atlântico, registado, posteriormente, em Trancoso (Vila Franca das Naves), a 26 de Novembro de 1948 - é um compositor e cantor português.

Fausto já foi agraciado com a Ordem da Liberdade é uma Ordem honorífica portuguesa, criada a 4 de Outubro de 1976, que se destina a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da Civilização, em prol da dignificação do Homem e à causa da Liberdade.


Biografia

Registado em Vila Franca das Naves, nasceu a bordo do navio Pátria, em viagem entre Portugal e Angola. Foi naquela então colónia portuguesa que formou a sua primeira banda, "Os Rebeldes". Veio para Lisboa com vinte anos, onde se licenciou em Ciências Políticas e Sociais, no então Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (actual ISCSP) da Universidade Técnica de Lisboa.

Estudava ainda quando lançou o primeiro álbum, "Fausto" e venceu o Prémio Revelação em 1969. No âmbito do movimento associativo em Lisboa, aproximou-se de nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, juntamente com José Mário Branco ou Luís Cília, que viviam no exílio.

Autor de doze discos, gravados entre 1970 e 2011 (dez de originais, uma coletânea regravada e um disco ao vivo), é presentemente um importante nome da música portuguesa e da música popular em particular.

A sua obra tem sido revisitada por nomes como, entre outros, Mafalda Arnauth, Né Ladeiras, Teresa Salgueiro, Cristina Branco ou Ana Moura.

A 9 de Junho de 1994 foi feito Oficial da Ordem da Liberdade.


Discografia

Álbuns de originais

Fausto (1970)
P'ró Que Der e Vier (1974)
Beco com saída (1975)
Madrugada dos Trapeiros (1977)
Histórias de Viajeiros (1979)
Por Este Rio Acima (1982)
O despertar dos alquimistas (1985)
Para além das cordilheiras (1987)
A preto e branco (1988)
Crónicas da terra ardente (1994)
A Ópera Mágica do Cantor Maldito (2003)
Em Busca das Montanhas Azuis (2011)


Singles e EPs

Fausto (1º EP, 1969)
Guerra do Mirandum (Single, 1984)


Coletâneas

O Melhor dos Melhores (1994)
Atrás dos Tempos Vêm Tempos (1996)
Grande Grande É a Viagem (ao vivo) (1999)
18 canções de amor e mais uma de ressentido protesto (2007)



Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e letras.mus.br






Fausto (Bordalo Dias)
  
O Barvo Vai de Saída


O barco vai de saída
Adeus ó cais de alfama
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P´ra lá da loucura
P´ra lá do equador


Ah! mas que ingrata ventura bem me posso queixar
Da pátria a pouca fartura
Cheia de mágoas ai quebra mar
Com tantos perigos ai minha vida
Com tantos medos e sobressaltos
Que eu já vou aos saltos
Que eu vou de fugida


Sem contar essa história escondida
Por servir de criado a essa senhora
Serviu-se ela também tão sedutora
Foi pecado
Foi pecado
E foi pecado sim senhor
Que vida boa era a de lisboa


Gingão de roda batida
Corsário sem cruzado
Ao som do baile mandado
Em terras de pimenta e maravilha
Com sonhos de prata e fantasia
Com sonhos da cor do arco-íris
Desvairas se os vires
Desvairas magia


Já tenho a vela enfunada
Marrano sem vergonha
Judeu sem coisa sem fronha
Vou de viagem ai que largada
Só vejo cores ai que alegria
Só vejo piratas e tesouros
São pratas são ouros
São noites são dias


Vou no espantoso trono das águas
Vou no tremendo assopro dos ventos
Vou por cima dos meus pensamentos
Arrepia
Arrepia
E arrepia sim senhor
Que vida boa era a de lisboa


O mar das águas ardendo
O delírio dos céus
A fúria do barlavento
Arreia a vela e vai marujo ao leme
Vira o barco e cai marujo ao mar
Vira o barco na curva da morte
Olha a minha sorte
Olha o meu azar


E depois do barco virado
Grandes urros e gritos
Na salvação dos aflitos
Esfola, mata, agarra
Ai quem me ajuda
Reza, implora, escapa
Ai que pagode
Reza tremem heróis e eunucos
São mouros são turcos
São mouros acode


Aquilo é uma tempestade medonha
Aquilo vai p´ra lá do que é eterno
Aquilo era o retrato do inferno
Vai ao fundo
Vai ao fundo
E vai ao fundo sim senhor
Que vida boa era a de lisboa.





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