Joy Division foi uma banda inglesa de rock formada em 1976, em Manchester, e que se notabilizou como uma das pioneiras do pós-punk. A banda acabou em 18 de Maio de 1980 após o suicídio do vocalista e guitarrista ocasional, Ian Curtis. A banda também tinha como integrantes Bernard Sumner (guitarrista e tecladista, à época chamado Bernard Albrecht), Peter Hook (baixista e vocalista) e Stephen Morris (percussionista e baterista). Após o termino da banda, os três integrantes remanescentes formaram os New Order, alcançando maior sucesso crítico e comercial.
A característica mais marcante dos Joy Division é a sua sonoridade melancólica acompanhada de melodias com temas depressivos e quotidianos. As maiores influências musicais para o grupo foram os artistas de rock The Doors, Velvet Underground, David Bowie, The Stooges e Sex Pistols; e a banda de música eletrónica Kraftwerk, que se tornou uma influência muito maior nos New Order. Entre as suas influências literárias incluem-se os escritores Dostoiévski, William S. Burroughs, J.G. Ballard e T.S. Eliot.
História
Início
Sumner e Hook foram inspirados a formar uma banda depois de assistirem a um show dos Sex Pistols em julho de 1976.
Tudo começou quando a lendária banda de punk rock britânica Sex Pistols realizou um show no Lesser Free Trade Hall, em Manchester, no dia 20 de Junho de 1976. Bernard Sumner, Peter Hook e o amigo Terry Mason estavam no show e decidiram montar uma banda. Bernard tinha uma guitarra, Peter Hook resolveu comprar um baixo e Terry foi escalado como baterista, embora não tivesse muita intimidade com o instrumento. Faltava apenas um vocalista, e Ian Curtis, que também estava neste show dos Pistols, acompanhado da esposa Deborah (estavam casados desde Agosto de 1975) foi o escolhido.
O primeiro nome da banda era Warsaw, inspirado numa música de David Bowie, "Warszawa", (do álbum "Low"). A banda Warsaw teve o seu primeiro concerto a 29 de Maio de 1977 como banda suporte das bandas Buzzcocks, Penetration e do poeta John Cooper Clarke no Electric Circus. Tony Tabac foi o baterista nesta apresentação, substituindo Terry Mason, que se tornaria empresário da banda nesta época. Tabac foi substituído no mês seguinte por Steve Brotherdale, integrante de uma banda de punk rock chamada Panik, que acompanhou a banda na gravação das primeiras canções, que ficaram conhecidas como The Warsaw Demo, em Julho de 1977. Por conta do seu temperamento agressivo, Brotherdale também foi dispensado. A banda coocou então um anúncio numa loja de discos, procurando por um baterista. Stephen Morris, que estudou no mesmo colégio que Curtis, foi o único que respondeu.
Como já existia uma banda de punk rock londrina chamada Warsaw Pakt, decidiram mudar o nome da banda para Joy Division nos finais de 1977. "Joy Division" era o nome de uma casa de prostituição extraída de um romance chamado "The House Of Dolls", escrito por Yehiel De-Nur, em 1956. Esse nome teve origem nos campos de concentração nazis, e servia justamente para designar a área reservada às prisioneiras judias que eram oferecidas sexualmente aos soldados nazis durante a Segunda Guerra Mundial.
Mudança de nome e temática musical
O seu primeiro trabalho de estúdio, já com o nome Joy Division escolhido como o definitivo, foi o EP "An Ideal for Living" (1978), que ainda tinha forte influência do movimento punk. Durante um show num clube de Manchester, em 14 de Abril, o grupo chamou a atenção do empresário Tony Wilson e de Rob Gretton, DJ que trabalhava no local. Curtis repreendeu Wilson por não colocar a banda no seu programa na extinta Granada Television, So It Goes. Então Wilson respondeu que os Joy Division seriam a próxima banda que ele iria mostrar na TV.
Terry Mason, que tinha assumido o papel de gerente, estava tendo muitas dificuldades para agendar shows. Então, Rob Gretton tornou-se o empresário do Joy Division. Após entrarem para a editora independente Factory Records, de Wilson, foi contratado o produtor Martin "Zero" Hannett, que conduziu a gravação dos seus dois álbuns de estúdio e influenciou a sonoridade da banda ao introduzir efeitos electrónicos nas músicas. Em princípio, o resultado desagradou a Bernard e Peter, que preferiam um estilo mais punk, mas teve o respaldo de Curtis. As invenções de Hannett deram certo, e logo toda a banda passou a flirtar com a sonoridade electrónica. Em consequência, os Joy Division são tidos até hoje como referência pioneira do som new wave da primeira metade dos anos 80.
Com o sucesso obtido, o empresário e personalidade televisiva de Manchester, Tony Wilson contratou os Joy Division para a sua gravadora Factory Records.
No final deste ano, a banda estava em negociações com a RCA para a gravação de um álbum. Mas após desaprovarem o resultado das sessões de estúdio, continuaram na Factory. No dia 27 de Dezembro, após o primeiro concerto em Londres, no regresso a casa, Ian teve o seu primeiro ataque epiléctico conhecido e foi levado para um hospital.
Após as músicas "Digital" e "Glass" terem sido lançadas numa colectânea da editora da banda, chamada "A Factory Sample", veio o primeiro álbum da banda, "Unknown Pleasures" (1979). O disco causou grande alvoroço entre o público e a crítica, devido à sua sonoridade soturna e às letras intimistas. Destaque para as faixas "She's Lost Control", "Shadowplay", "Disorder" e "New Dawn Fades". Ainda em 1979, lançaram o seu o primeiro single, "Transmission", relativamente famoso em razão da performance que a banda fez num programa de TV da BBC2, Something Else, que foi para o ar no dia 15 de Setembro de 1979. Essa foi a única apresentação televisiva da banda transmitida em rede nacional. As duas primeiras apresentações foram em programas regionais na Granada TV, de Tony Wilson. Na primeira, em 20 de Setembro de 1978, tocaram "Shadowplay" no programa Granada Reports; na segunda, em 20 de julho de 1979, a música tocada foi "She's Lost Control", no programa What's On.
No ano seguinte, o quadro clínico de Ian piorou, com o agravamento da sua epilepsia, com crises cada vez mais frequentes e o aumento dos problemas conjugais. Ainda assim, os Joy Division conseguiram gravar, em Março, o álbum "Closer". No final de Abril, foi lançado o flexi disc de "Komakino" e também o compacto 7" de "Love Will Tear us Apart", que viria a ser a música mais conhecida do conjunto, permanecendo ainda hoje com o fulgor e a excitação que provocou outrora.
Suicídio de Curtis e lançamentos póstumos
Ian Curtis cometeu suicídio a 18 de Maio de 1980, um dia antes da viagem dos Joy Division para os Estados Unidos, onde fariam a sua primeira tournée internacional. Devido a problemas na tiragem, "Closer" tornou-se um álbum póstumo, só sendo lançado em Julho. Neste LP, superaram-se, com composições que viriam a influenciar quase todo o post-punk. Os temas mais elogiados foram "Isolation", "Passover", "Heart and Soul" e "Twenty Four Hours". O disco conseguiu mesmo chegar ao 6º lugar dos tops ingleses e liderou as paradas alternativas.
Em Setembro de 1980, a começar pelos single "Atmosphere" / "She's Lost Control" (sendo esta refeita, com uma levada mais dançante), vieram os lançamentos póstumos. No ano seguinte, veio o duplo "Still", com várias sobras de estúdio e o registo do último concerto dos Joy Division. "Substance" (1988) é uma colectânea de singles e lados B. "Permanent", editado sete anos depois, compilou 15 clássicos, mais uma regravação de "Love Will Tear Us Apart". "Heart and Soul" é uma caixa com 4 CDs, que reúne praticamente tudo que a banda gravou.
Alguns meses depois do suicídio do vocalista Ian Curtis, os outros membros da banda formaram uma nova banda: os New Order.
A influência do quarteto no rock mundial permanece, como provam bandas como Editors, Plus Ultra, Interpol e Franz Ferdinand, She Wants Revenge, The Killers (que inclusive têm "Shadowplay" como faixa do álbum "Sawdust"), além de serem grandes ídolos de outros artistas, como Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, Thom Yorke dos Radiohead, Billy Corgan dos Smashing Pumpkins e, no Brasil, o falecido líder da banda Legião Urbana, Renato Russo.
Estilo Musical
Os membros dos Joy Division foram influenciados por artistas que eles acreditavam transpor algumas verdades sobre o sistema em que viviam, entre os quais encontramos The Doors, Velvet Underground, David Bowie, Sex Pistols e Iggy Pop, bem como Kraftwerk, banda que posteriormente se tornou uma influência muito maior para o New Order.
Os Joy Division começaram por tocar Punk Rock mas evoluíram para o Pós-Punk logo no primeiro álbum. A sonoridade do grupo passou a ser muito criativa e melancólica. O crítico Simon Reynolds afirmou que "A originalidade dos Joy Division tornou-se realmente evidente quando as suas músicas ficaram mais lentas." Na descrição de Reynolds "O baixo de Peter Hook era responsável pela melodia, a guitarra de Bernard Sumner preenchia as lacunas ao invés de encher o som do grupo com riffs densos e a bateria de Stephen Morris parecia circular o contorno de um cratera." Sumner também descreveu o som característico da banda, em 1994: "Ele saiu naturalmente: Eu trabalhava mais com ritmo e acordes, e o Hook com melodia. Ele costumava tocar o baixo muito alto porque eu gostava que minha guitarra soasse distorcida, e o amplificador que eu tinha só funcionava no volume máximo. Quando Hook tocava o baixo, ele não podia ouvir-se a si mesmo. Steve tem o seu próprio estilo de tocar, que é diferente dos outros bateristas. Para mim, o baterista numa banda é o relógio, mas Steve não seria o relógio, porque ele é passivo: ele seguia o ritmo da banda, o que nos deu a nossa vantagem própria". O timbre vocal de Ian Curtis não era dotado de muita técnica, mas isso não o impediu de cantar como um baixo-barítono influenciado por um dos artistas que mais prestigiava, Jim Morrison (The Doors).
Bernard Sumner actuou como diretor musical não-oficial da banda, um papel que ele continuou a ecercer nos New Order. Enquanto Sumner era o guitarrista principal do grupo, Curtis tocou o instrumento em algumas músicas gravadas e durante alguns shows. Curtis odiava tocar guitarra, mas a banda insistiu para que ele o fizesse. Sumner disse, "Curtis tocava de forma bastante bizarra, o que para nós foi interessante, porque ninguém mais iria tocar como Ian". Durante as sessões de gravação de "Closer", Sumner começou a usar sintetizadores construídos por ele mesmo e Hook começou a usar também um baixo de seis cordas para intensificar a melodia do grupo.
Ian Curtis escrevia letras freneticamente. Primeiro ouvia o som instrumental feito pelos outros integrantes e depois inseria as letras mais adequadas. Palavras como "escuridão, pressão, frieza, fracasso, crise, colapso, perda de controle" repetem-se nas canções do grupo. As letras de Curtis tratavam de temas depressivos e quotidianos. Os outros integrantes da banda afirmam que as letras reflectiam profundamente a sua vida pessoal, mas os outros membros da banda só perceberam isso depois do seu suicdio, o que lhes trouxe muito arrependimento. O musicólogo Robert Palmer escreveu na revista Musician que os escritos de William S. Burroughs e J.G. Ballard eram "influências óbvias" para Curtis, e Morris também se lembrou do cantor lendo T.S. Eliot.
O produtor Martin Hannett ajudou muito os Joy Division a desenvolver a sua identidade sonora. Hannet teve como objetivo criar um som mais expansivo nos registos do grupo, colaborou bastante na inserção de elementos eletrónicos e deu destaque na “separação do som limpo e claro”, não só para instrumentos individuais, mas mesmo para peças individuais na bateria de Morris.
Origem dos nomes
Stiff Kittens
Este nome foi sugerido a Ian Curtis por Richard Boon, empresário dos Buzzcocks, mas a banda odiou o nome justamente por soar como o nome de um conjunto punk qualquer. À revelia dos integrantes da banda, os membros dos Buzzcocks puseram o nome Stiff Kittens nos cartazes e nos flyers que anunciavam o concerto que fariam juntos no dia 29 de Maio de 1977 e, por essa razão, muitas pessoas acreditam que esta denominação foi utilizada nessa única ocasião, o que não é verdade. Quando subiram ao palco, o grupo apresentou-se à plateia como Warsaw. Portanto, é falsa a afirmação de que algum dia fizeram uso do nome Stiff Kittens.
Warsaw
A banda foi inspirada pela música "Warszsawa", do álbum "Low" de David Bowie, em português significa Varsóvia (capital da Polónia). Porém uma banda de punk rock londrina, Warsaw Pakt lançou o seu primeiro álbum em Novembro de 1977, pelo que eles decidiram mudar de nome para evitar alguma confusão.
Joy Division
Em Dezembro de 1977, escolhetam o seu nome definitivo. O nome veio do livro "The House of Dolls", de Karol Cetinsky. Nesse livro, "Joy Division" (Divisão da Alegria) é o nome dado para a área onde as mulheres judias eram mantidas prisioneiras e "oferecidas" sexualmente aos oficiais nazis.
Membros
Ian Curtis - Vocal, Guitarra (1976 - Maio 1980)
Bernard Sumner - Guitarra, Teclado (1976 - Maio 1980), à época chamado Bernard Albrecht
Peter Hook - Baixo (1976 - Maio 1980)
Stephen Morris - Bateria (Agosto 1977 - Maio 1980)
Ex-membros
Terry Mason - Bateria (meio de 1976 - Maio 1977)
Tony Tabac - Bateria (Maio - Junho 1977)
Steve Brotherdale - Bateria (Junho - Agosto 1977)
Discografia
Singles
Transmission (7") - 1979
Licht und Blindheit (7") - 1980
Komakino (7") - 1980
Love Will Tear Us Apart (7") - 1980
She's Lost Control / Atmosphere (12") - 1980
Love Will Tear Us Apart (12") - 1980
Transmission (12") - 1980
Atmosphere (7"/12"/CD) - 1988
Love Will Tear Us Apart (12"/CD) - 1995
Álbuns de estúdio
Unknown Pleasures - 1979
Closer - 1980
Álbuns ao vivo
Preston 28 February 1980 - 1999
Les Bains Douches 18 December 1979 - 2001
Fractured Box Set - 2001
Re-Fractured Box Set - 2004
Let the Movie Begin - 2005
EPs
An Ideal for Living (7") - 1978
An Ideal For Living (12") - 1978
The First Peel Session (12"/CD) - 1986
The Second Peel Session (12"/CD) - 1987
Sessões de rádio
Peel Sessions - 1990
The Complete BBC Recordings - 2000
Before and After - The BBC Sessions - 2002
Compilações
Still - 1981
Substance - 1988
Warsaw - 1994
Permanent - 1995
Heart and Soul - 1997
The Best of Joy Division - 2008
+- Singles 1978-80 - 2010
Total: From Joy Division to New Order - 2011
Compilações extras
Short Circuit (10"/12"/CD) - 1978 - "At a Later Date"
A Factory Sample (7") - 1978 - "Digital", "Glass"
Earcom 2: Contradiction (12") - 1979 - "Autosuggestion", "From Safety to Where...?"
Vídeos
Here Are the Young Men - 1982
Outros dados
New Order é uma banda formada por Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris, após o fim do Joy Division.
24 Hour Party People - Filme sobre a Factory Records, possui muitas cenas sobre os Joy Division.
"Curtis, Deborah. Touching from a Distance: Ian Curtis and Joy Division", que foi lançado oficialmente em 1995, possui uma versão em português de Portugal chamada "Carícias Distantes". Em 2009 o livro foi lançado no Brasil.
"The House Of Dolls", livro que inspirou o nome Joy Division
"Control" - Filme baseado no livro de Deborah contando a vida de Ian dos Joy Division. Foi lançado em 2007. É uma película a preto-e-branco, teve a direção de Anton Corbijn, o fotógrafo responsável pela maioria das (poucas) sessões de foto da banda.
Joy Division - Documentário realizado por Grant Gee [2007, 93'], com entrevistas aos membros da banda.
Nota: o presente post recolheu informação da Wikipedia, Youtube e letras.mus.br
Joy Division
Love Will Tear Us Apart
When routine bites hard
And ambitions are low
And resentment rides high
But emotions won't grow
And we're changing our ways
Taking different roads
Then love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives
But love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
You cry out in your sleep
All my failings exposed
And there's taste in my mouth
As desperation takes hold
Just that something so good
Just can't function no more
But love, love wil tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
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